segunda-feira, 23 de julho de 2012

Disciplinar com amor

Há uma passagem na Bíblia que sempre foi difícil de entender pra mim. Estive pensando e pesquisando sobre ela ultimamente. É a que diz que Moisés pecou e por isso não pôde entrar na terra prometida. Sempre vi Moisés como um servo quase perfeito de Deus. Mas em Números 20 há a descrição desse seu pecado que o deixou fora da benção tão aguardada.
O povo estava mais uma vez reclamando. Pare um pouco pra imaginar: não eram dez ou cem pessoas, eram milhares!! E eles não estavam apenas murmurando. Estavam indignados, exigindo de Moisés uma saída para a falta de água. Eles estavam pecando gravemente contra o Senhor, duvidando de Seu poder e de sua provisão. É bom lembrar que muitas e muitas vezes o Senhor havia suprido suas necessidades de maneiras milagrosas naqueles anos de caminhada no deserto. Moisés foi consultar a Deus que lhe instruiu a pegar o bordão e falar a pedra e então a água surgiria.
Vamos imaginar de novo: milhares de pessoas aos berros de “Moisés faça alguma coisa”, “Foi para isso que nos trouxe para esse deserto, para nos matar de sede (v. 4 e 5)”.  Agora honestamente responda: Você conseguiria manter a calma? Eu não! E Moisés também não conseguiu.  Mesmo sendo o homem mais manso de toda a terra (Números 12:3) este herói do Antigo Testamento caiu no pecado da ira. E foi além, tomou para si a solução do problema: “Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós?” (v. 10). E ao invés de falar a rocha ele a golpeou duas vezes.
O Senhor o repreende na mesma hora dizendo: “Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado”.
O povo estava errado, muito errado mesmo. Mas isso não era desculpa para que Moisés também pecasse. Muito menos para achar que ele resolveria a situação e calaria as reclamações do povo.

O que isso tem a ver com a criação dos nossos filhos?
Bem, vou falar por mim. Me identifico muito com essa situação de Moisés. Quando meus filhos estão desobedecendo muito, e eu tenho a sensação de passar o dia inteiro só chamando a atenção e pondo de castigo, uma vez após outra... Eu percebo que vou ficando super nervosa e frustrada. Acabo falando com eles com ira pecaminosa. Falo de modo rude. Depois me arrependo muitíssimo. Mas as palavras não voltam atrás... Então me vejo como Moisés (numa escala beeeem menor, lógico). Irritada com o erro deles acabo pecando também. Ao invés de disciplinar e orientar em amor, falo rispidamente e até gritando.
Acho que a raiz da questão está no que o Senhor fala para Moisés quando o repreende. Por vezes eu esqueço que crio meus filhos para o Senhor. Que são herança dEle. E que tudo que faço, até disciplinar, deve ser para a honra e glória de Deus. Muitas vezes me pego pensando “que tipo de mãe as pessoas vão achar que sou se virem esse comportamento do meu filho”. E então, assim como Moisés, o orgulho toma meu coração. Nessas horas não estou pensando em glorificar a Deus, mas em que todos achem que sou um mãe exemplar com filhos super comportados.
Não estou dizendo para deixarmos nossos filhos fazerem o que bem entenderem. Não. Temos o dever, dado por Deus, de criá-los no caminho correto. Só não podemos perder de vista o motivo para isso: glorificar a Deus. Aliás, essa deve ser a motivação para tudo o que fazemos, tudo mesmo, como o apóstolo Paulo nos ensina: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (I Coríntios 10:31).
Vamos obedecer ao Senhor e fazer estritamente Sua vontade. E podemos confiar que o Pai vai realizar a obra milagrosa de transformar os coraçãozinhos, por vezes tão rebeldes, de nossos filhos em corações regenerados e lavados pelo sangue de Jesus.

“Senhor amado, tantas vezes me pego nervosa e irritada com meus filhos por causa da desobediência e rebeldia deles. Perdoa-me e transforma-me, Pai. Ajuda-me, nas horas turbulentas a buscar em Ti serenidade para discipliná-los com amor. Que a minha motivação para criá-los seja a Tua honra e a Tua glória. Eu te peço isso confiando no nome poderoso de Jesus e em seu sacrifício na cruz. Amém”

um beijinho, da mãe do Gabriel e da Alice

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