sexta-feira, 18 de março de 2016

Crônicas de Nárnia


Olá mamães,

Vocês conhecem “As Crônicas de Nárnia”?

As crônicas são uma coleção de sete livros escritos pelo autor irlandês C.S.Lewis, entre os anos de 1949 e 1954. Já venderam mais de 120 milhões de cópias tendo sido publicados em 68 países.

O primeiro livro da série é “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”.  Nele lemos as primeiras aventuras dos irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia Pevensie na mitológica Nárnia.

Tenho muitas lembranças boas desse livro. Meu pai o leu para mim e para minhas irmãs quando eu tinha uns 10 ou 11 anos. Nós amávamos! Interrompíamos várias vezes para perguntar o significado das palavras difíceis e assim aumentamos bastante nosso vocabulário. Mas o melhor era imaginar aquele reino encantado, gelado e um tanto assustador. Aguardávamos ansiosas a chegada de Aslam e acreditávamos que ele poderia derrotar a Feiticeira!

Em 2005 foi lançado o filme. Assistimos no cinema os personagens, antes imaginados, criarem vida. Vários eram diferentes de como eu imaginava... Mas muita coisa era exatamente como eu havia guardado na memória.

Como o filme já foi lançado há bastante tempo, acredito que já o tenham assistido. Se não, super-recomendo!  E peço que não se chateiem comigo! Nas próximas linhas, para contar o que aconteceu lá em casa, precisarei descrever um pouquinho de uma parte beeem importante do filme... Vou tentar contar o mínimo possível para não estragar muito a surpresa tá!

Há algumas semanas descobrimos que o filme estava passando na TV a cabo. Já havíamos visto com Gabriel algumas partes soltas, mas desta vez ele viu o filme todo, inclusive a parte mais difícil. Eu estava aproveitando para adiantar várias coisas em casa, e toda hora ia e vinha para perto dele. Mas nessa parte fiquei bem juntinho. Sabia que não seria fácil. Gabriel é o tipo de pessoa - como eu aliás também sou - que se envolve mesmo na história. Acho isso muito legal! Mas em cenas mais tensas percebo que ele realmente fica preocupado com o desfecho.

Talvez muitas de vocês já saibam que Aslam, o Leão, representa o Senhor Jesus, que é descrito na Bíblia como o Leão de Judá.

Pois bem, em um momento crucial Aslam se entrega para ser punido no lugar de um dos irmãos, que havia cometido traição. Assim como o Senhor entregou-se por nós!
Abracei meu filhinho e disse: “Fica tranquilo filho, tem final feliz!”

Mas, poucas cenas depois, um Gabriel visivelmente angustiado me perguntou: “Você falou que ia ter final feliz... como? Como... se ele morreu?”

Depois de algum tempo, refletindo sobre essa frase dele, fiquei imaginando a angústia, a tristeza e o medo que tomaram conta dos discípulos e amigos de Jesus após a crucificação. Claro que num grau incomparavelmente maior, já que não era um filme o que eles presenciavam e sim, de fato, a morte de seu grande Amigo.

“Então... a aventura termina assim?” Acho que era o que passava na cabecinha do meu filho.

“Então... a vida do nosso Mestre termina assim?” deviam pensar os discípulos.

“Continue assistindo” foi só o que respondi! Ainda havia uns bons minutos de filme pela frente.

Ah! Como foi maravilhoso ver o semblante do meu filho mudar enquanto assistíamos a cena linda de Susana e Lúcia sem saber o que dizer, ante um Aslam que rugia com toda sua força e esplendor, no amanhecer do outro dia!

O suspiro de alívio que o Gabriel deu ficará para sempre gravado na minha memória, guardadinho ao lado da imagem do meu pai sentado na cadeira bem na frente do nosso beliche, com o livro em suas mãos.

Aproxima-se a Páscoa. Festa dos judeus para relembrar a saída e libertação do Egito. Época em que, vários anos depois da primeira comemoração, Jesus seria morto.

Quando conto essa história gosto de perguntar às crianças se Jesus tinha poder para se livrar dos soldados. Alguns na mesma hora respondem que sim, outros ficam na dúvida. Dúvida compreensível, se tinha poder, por que não saiu daquela situação?

O fato é que Ele se entregou por nós.

“O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai” Gálatas 1:4

Na primeira das crônicas de Nárnia, C.S.Lewis retrata de forma ficcional, sim, mas também de maneira belíssima esse sacrifício.

Mas a história de Lewis não termina nessa parte. Assim como a história de Cristo não termina na cruz. Na verdade, o melhor, a parte mais importante, ainda estava por vir.

“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.”
Romanos 4:25
“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”
Romanos 10:9

Páscoa não é coelhinho, nem ovo de chocolate, ambos são símbolos de comemorações pagãs. Falei sobre isso nesse post.

Mas Páscoa também não é apenas sacrifício, morte e tristeza.

Após todo o sofrimento no jardim do Getsêmani, após a longa caminhada pela via dolorosa, após vários castigos e muita humilhação, após a cruz, três dias depois veio a manhã de domingo!

Ele ressurgiu!

Diferente de todos os outros líderes políticos ou religiosos, Jesus venceu a morte! Provou que era Deus! Seu sacrifício foi aceito como pagamento pelo nosso pecado e rebeldia em relação a Deus. Todo nosso egoísmo, ira, mentira, desobediência pode ser perdoado ao entregarmos nossa vida ao Mestre, recebendo em troca Seu perdão!

Olhando para a cruz e o que nela aconteceu podemos perguntar como Gabriel “Como pode haver final feliz?”.  Sem a ressurreição o final não seria nada feliz! Jesus seria apenas mais um Mestre, e a morte na cruz teria posto fim a sua existência.

Mas olhando para o túmulo vazio percebemos, mesmo com nossas mentes tão limitadas, o imenso poder que pertence a Jesus.

Glória, Força, Honra e Louvor sejam dados ao Rei dos Reis, ao Leão de Judá, que venceu, vence e para sempre vencerá!

Que a Páscoa de sua família seja muito feliz! Porque a nossa Páscoa, a Páscoa dos cristãos é Jesus!

Um beijinho,

da mamãe do Gabriel e da Alice

“ Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.  Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.”

I Coríntios 5:7 e 8

terça-feira, 15 de março de 2016

Mãe presente, mas ausente!


Olá mamães,

A terceirização da maternidade é algo que me intriga muito.

Não me refiro a contratar, ou contar com a ajuda de alguém, ou mesmo da creche ou escolinha, quando a mãe está ausente, trabalhando ou resolvendo algo sério. 

Falo daqueles momentos em que a mãe está presente, mas prefere delegar todo o cuidado do filho para a babá, ou outra pessoa.

Na praia, no shopping, no teatro, em restaurante, no cinema, no consultório médico, em festinhas...

Já vi tanto isso que percebo que não são casos isolados. É um estilo de vida de muitas mães da nossa geração.

Não questiono, de forma alguma, a necessidade de ajuda, seja de parente ou da babá. Especialmente quando se tem mais de um filho ou se o passeio for para um local muito movimentado, é até mais seguro contar com mais um par de olhos!

As cenas que me incomodam são de mães que estão presentes, mas é como se não estivessem. Preferem ficar ao celular, ou conversando longamente com as amigas, ou mesmo passeando com o cachorro, enquanto as crianças estão, o tempo inteiro, sendo cuidadas por outra pessoa.

E acontecem cenas como essa: o animador da festa pede às crianças para escolherem um adulto para participar da brincadeira. Adivinhem quem é a escolhida, a mãe? Não! A primeira pessoa que a criança pensa em chamar é a babá!  É com ela que a criancinha quer brincar e se divertir!

Outra situação: no final da apresentação de um grupo musical infantil são sorteados brindes. Ao receber seu prêmio, o menininho, que não devia ter dois anos, corre para comemorar abraçando primeiro... a babá... e, só depois, a mãe.

Nessas histórias, e em tantas outras que presenciei, fica nítido que as babás são muito carinhosas, e as crianças sentem-se acolhidas por elas. O que por si só é uma coisa boa, aliás ótima!

A questão que fica na minha mente é: Como essas mães não percebem o que estão perdendo?

Como elas não notam que ao delegarem o cuidado de seus filhos, em momentos que poderiam estar com eles, elas não estão apenas se livrando do trabalho que eles dão... Estão, ao mesmo tempo, abrindo mão da companhia deles, dos seus olhares sorridentes, dos seus abraços apertados. Deixam pra outra pessoa as comemorações, o carinho, a cumplicidade.

Pode ser que eu esteja enganada, mas acredito que o vínculo entre mãe e filho fica um tanto enfraquecido. Afinal, as situações do dia-a-dia, as festas, os passeios e até mesmo os perrengues e as birras criam memórias que ficam gravadas nos coraçõezinhos. Fortalecem os laços, estreitam o relacionamento!

Agora vou parar de apontar pras outras mães e voltar meus olhos para mim mesma... Acho importante, quando vejo algum comportamento que não concordo em outra pessoa, refletir, se, de alguma maneira, eu mesma não estou caindo num erro parecido.

E não é que eu, euzinha, tinha meus momentos em que estava “presente, mas ausente”!!

Comecei a notar que ficava muito grudada no celular à noite, que é o único momento do dia em que estou com meus filhos.  Busco na escola, dou banho, jantar, faço o dever de casa com eles, preparo o lanchinho do dia seguinte. E aí, tarefas cumpridas, lá ia eu checar se tinha alguma mensagem em um dos milhares de grupos! E, claro, sempre tem! E, claro, dá uma vontade louca de comentar! E, claro, isso não tem fim! E, claro, eu estava perdendo um tempo preciosíssimo que deveria ser dedicado à minha família! Eu estava lá, mas era como se não estivesse!

Pois bem! Me botei de castigo! Rsrsrs.  Redes sociais, depois das 18h, só se estiver resolvendo algo urgente que precisa de resposta imediata. Fora isso, só olho perto da hora de dormir ou no dia seguinte no caminho para o trabalho, que, aliás, eu vivo reclamando que leva um tempão, não é, então dá pra ler, comentar, curtir, compartilhar...

À noite e nos finais de semana, quero ler histórias para meus preciosos! Quero curtir a companhia da minha família! Quero compartilhar risadas e gargalhadas com eles! Quero comentar sobre os desenhos incríveis que meus filhos fazem ou sobre como foi o dia do meu marido. Quero estar presente de corpo e alma!

Que o Senhor nos dê noção exata do que é mais importante em nossas vidas! Que Ele nos fortaleça e nos dê ânimo para cuidarmos dos nossos filhinhos, em todos os momentos em que estivermos com eles, mesmo quando isso for cansativo e a vontade de delegar for grande! Que nosso Pai Amado nos ajude a ver com clareza a grande benção que a maternidade é!

Um beijinho,

Da mamãe do Gabriel e da Alice